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Renda Variável e Selic Alta: Como Evitar Riscos e Aproveitar Oportunidades

  • murainvest
  • 26 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2024

A taxa Selic, conhecida como a taxa básica de juros da economia brasileira, é uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando ela está em alta, o impacto é sentido em diversos setores, inclusive no mercado de renda variável. Para quem investe ou deseja investir em ações, fundos imobiliários e outros ativos de maior risco, compreender os efeitos da Selic alta e adotar cuidados estratégicos é essencial.

Neste post, exploraremos como a alta da Selic influencia a renda variável e quais precauções tomar para proteger e potencializar seus investimentos.


alta selic

1. O que é a Selic e por que ela importa?

A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa de juros usada como referência para o custo do dinheiro no Brasil. Quando o Banco Central eleva a Selic:

  • O crédito se torna mais caro, reduzindo o consumo e o crescimento econômico;

  • Os rendimentos de ativos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, aumentam;

  • O custo de capital para empresas listadas na bolsa sobe, afetando sua lucratividade.

Esses fatores têm impacto direto na precificação de ativos de renda variável, especialmente ações e fundos imobiliários.


2. Impactos da alta da Selic na renda variável

Ações

  • Setores cíclicos sofrem mais: Empresas que dependem de crédito ou consumo, como varejistas e construtoras, costumam ver suas margens de lucro pressionadas, o que pode levar à desvalorização de suas ações.

  • Setores defensivos têm desempenho melhor: Empresas de setores como energia elétrica, saúde e alimentação tendem a ser menos afetadas, pois seus produtos e serviços são essenciais e possuem demanda estável.

Fundos Imobiliários (FIIs)

  • A Selic alta reduz a atratividade dos FIIs, pois os investidores migram para a renda fixa, que oferece retornos elevados com menor risco.

  • Fundos de papel, que investem em títulos atrelados a juros, podem ser beneficiados, enquanto fundos de tijolo, que dependem do mercado imobiliário, podem enfrentar maior pressão.

Outros Ativos

  • Commodities: Empresas exportadoras podem ter ganhos em períodos de alta do dólar, que pode ser influenciado pela Selic.

  • Criptomoedas e ativos de risco extremo: Tendem a sofrer mais volatilidade, pois o apetite ao risco diminui com juros elevados.


3. Estratégias e cuidados ao investir durante a alta da Selic

Ajuste de portfólio para setores menos vulneráveis

Identifique quais setores têm maior resiliência à alta dos juros. Empresas com:

  • Alta geração de caixa;

  • Baixa alavancagem (dívidas);

  • E margens consistentes costumam se sair melhor em cenários de juros altos.

Exemplo de setores defensivos:

  • Energia elétrica

  • Saúde

  • Saneamento básico

Diversificação inteligente

  • Geográfica: Considere ativos internacionais para reduzir a exposição ao cenário local.

  • Classes de ativos: Combine renda variável com ativos de renda fixa pós-fixados, que se beneficiam diretamente da alta da Selic.

Atenção ao valuation

A alta da Selic reduz o valor presente dos fluxos de caixa futuros, impactando o valuation das empresas. Prefira ações de empresas com preços atrativos e métricas sólidas como:

  • P/L (Preço/Lucro) baixo;

  • Margem Ebitda alta;

  • Histórico de crescimento consistente.

Reforço na análise fundamentalista

  • Avalie a saúde financeira das empresas, priorizando aquelas com endividamento controlado. Empresas com grande parte das dívidas indexadas à Selic ou CDI sofrem mais em períodos de alta dos juros.

Reinvestimento cauteloso em FIIs

  • Foque em FIIs de papel que oferecem retornos atrelados ao CDI ou IPCA.

  • Nos FIIs de tijolo, procure por aqueles com inquilinos sólidos e contratos de longo prazo.


4. Controle do emocional: não seja refém do mercado

A alta da Selic costuma trazer maior volatilidade para os mercados. Nesse cenário, é crucial evitar decisões precipitadas, como:

  • Venda em pânico: Desvalorizações momentâneas podem ser oportunidades para quem investe no longo prazo.

  • Compra sem critério: Apenas porque uma ação ou ativo caiu de preço não significa que seja uma boa oportunidade. Analise antes de investir.

Mantenha o foco nos fundamentos e na sua estratégia de investimento.


5. Ajuste sua estratégia de alocação

Reavalie sua alocação de ativos e considere uma abordagem balanceada:

  • Renda fixa: Com a Selic alta, CDBs, LCIs/LCAs e Tesouro Selic se tornam opções atrativas para proteger parte do capital.

  • Renda variável: Reduza posições em ativos mais arriscados ou setores sensíveis, mas mantenha exposição suficiente para aproveitar possíveis recuperações.

Exemplo de alocação sugerida:

  • Renda fixa: 60%

  • Ações defensivas: 20%

  • Fundos imobiliários: 10%

  • Outros ativos (commodities, internacionais): 10%


6. Preste atenção ao cenário macroeconômico

A alta da Selic não dura para sempre. Ela tende a ser reduzida assim que a inflação estiver controlada e o crescimento econômico justificar a queda dos juros. Fique atento a:

  • Relatórios do Banco Central;

  • Projeções de mercado para a inflação e Selic;

  • Indicadores econômicos, como PIB e taxa de desemprego.

Manter-se informado ajuda a ajustar sua carteira e aproveitar o momento certo para aumentar a exposição à renda variável.


7. Conclusão: paciência e estratégia acima de tudo

Investir em períodos de alta da Selic exige disciplina, planejamento e uma abordagem mais conservadora. Apesar do impacto nos ativos de renda variável, oportunidades ainda existem para investidores que souberem identificar bons ativos e ajustar suas carteiras conforme o cenário econômico.


Dicas finais:

  • Estude o impacto da Selic nos ativos que você já possui.

  • Não abandone a renda variável, mas ajuste sua estratégia com cautela.

  • Mantenha-se atualizado sobre o mercado e aproveite oportunidades com visão de longo prazo.

Com cuidado e estratégia, você pode atravessar períodos de alta dos juros sem comprometer seu patrimônio e, ainda, preparar-se para colher os frutos quando o cenário se reverter.

Quer um especialista te ajudando nessa parte e montar uma carteira de investimento de acordo com seus objetivos e necessidades? Entre em contato abaixo.



 
 

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