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Como Fazer uma Boa Sucessão Patrimonial

  • murainvest
  • 16 de jun.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 19 de jul.

A sucessão patrimonial é um dos temas mais negligenciados na vida financeira da maioria dos brasileiros — muitas vezes por tabu, medo ou simples desconhecimento. No entanto, planejar a transferência do seu patrimônio para os herdeiros com inteligência pode evitar conflitos, custos altos e desgastes familiares, além de garantir que sua vontade seja respeitada.

Neste guia, você vai entender:

  • O que é sucessão patrimonial e por que ela é importante

  • Os erros mais comuns que as famílias cometem

  • As principais ferramentas legais disponíveis no Brasil

  • Como montar um plano de sucessão inteligente, eficiente e justo

sucessão patrimonial

O Que é Sucessão Patrimonial?

Sucessão patrimonial é o processo de transferência do patrimônio de uma pessoa após sua morte. Isso inclui imóveis, contas bancárias, investimentos, empresas, veículos e outros bens que estejam no nome da pessoa.

Essa sucessão pode acontecer de duas formas:

  • Com planejamento prévio (planejamento sucessório)

  • Sem planejamento, via inventário judicial ou extrajudicial (geralmente mais demorado, caro e conflituoso)

Por que fazer planejamento sucessório?

  • Evita brigas entre herdeiros

  • Reduz ou até elimina custos com inventário e impostos

  • Garante que os bens sejam divididos conforme sua vontade

  • Protege o patrimônio de falências, casamentos e disputas judiciais

  • Facilita a continuidade de empresas familiares


Erros Comuns na Sucessão Patrimonial

Antes de entender como fazer direito, vale saber o que evitar:

  1. Acreditar que “não tem patrimônio suficiente” para planejar: O planejamento é importante mesmo com poucos bens. Evita burocracia e gastos.

  2. Deixar tudo para ser resolvido depois da morte: O inventário pode demorar anos e consumir até 20% do patrimônio.

  3. Não conversar com os herdeiros: O silêncio gera desentendimento, surpresa e conflitos.

  4. Não considerar o impacto dos impostos: O ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis) pode ser alto dependendo do estado.

  5. Não proteger herdeiros menores ou com necessidades especiais: Um bom plano prevê tutela, curatela e proteções jurídicas.


Ferramentas de Planejamento Sucessório no Brasil

A seguir, veja as principais formas de organizar a sucessão de bens e proteger o patrimônio:

1. Testamento

O que é:

Documento em que você declara como deseja distribuir parte do seu patrimônio após sua morte.

Regras:

  • No Brasil, 50% do patrimônio obrigatoriamente vai para herdeiros necessários (filhos, cônjuge, pais)

  • Os outros 50% você pode distribuir como quiser

Tipos:

  • Testamento público: feito em cartório, com testemunhas

  • Testamento particular: escrito à mão e assinado

  • Testamento cerrado: escrito com sigilo, mas registrado em cartório

Útil para: deixar parte dos bens a alguém fora da linha sucessória (ex: enteados, amigos, instituições), proteger filhos de casamentos diferentes, indicar tutores para menores.

2. Doação em Vida com Cláusulas de Proteção

O que é:

Transferir bens aos herdeiros ainda em vida, com condições.

Vantagens:

  • Evita inventário

  • Permite manter controle (ex: usufruto vitalício)

  • Reduz carga tributária (em alguns casos)

Cláusulas comuns:

  • Usufruto: o doador continua usando o bem (ex: morar no imóvel)

  • Inalienabilidade: o bem não pode ser vendido

  • Impenhorabilidade: o bem não pode ser tomado por dívidas

Útil para: imóveis, cotas de empresa, investimentos.

3. Holding Familiar

O que é:

Criar uma empresa (holding) para concentrar e administrar os bens da família.

Vantagens:

  • Planeja a sucessão de forma organizada

  • Reduz custos de inventário e impostos

  • Protege bens em caso de divórcios ou falência de herdeiros

  • Permite definir regras de gestão e sucessão empresarial

Muito usado por: famílias com empresas, imóveis para aluguel ou patrimônio elevado.

4. Previdência Privada (VGBL/PGBL)

Vantagens na sucessão:

  • Não entra em inventário – os recursos vão direto para os beneficiários indicados

  • Isenção de ITCMD em alguns estados (consulte localmente)

  • Pagamento rápido após o falecimento

Útil para: deixar liquidez imediata para a família, cobrir custos com funeral, inventário, dívidas, etc.

5. Seguro de Vida com Beneficiário Designado

Como funciona:

O valor da apólice é pago diretamente ao beneficiário, fora do inventário.

Vantagens:

  • Rápido acesso aos recursos

  • Pode ser usado para pagar ITCMD ou inventário

  • Protege o padrão de vida da família no curto prazo

6. Testamento Vital (Diretivas Antecipadas de Vontade)

Para quê serve:

Embora não trate de patrimônio, o testamento vital permite deixar registrado como você deseja ser tratado em situações médicas graves, como coma ou doença terminal.

Demonstra cuidado com a família e reduz conflitos médicos e jurídicos.


Passo a Passo Para Fazer um Bom Planejamento Sucessório

1. Levante e Organize Todo o Seu Patrimônio

  • Imóveis, veículos, contas, investimentos, empresas

  • Verifique titularidades, contratos e registros atualizados

2. Avalie a Situação da Família

  • Quantos herdeiros? Todos são filhos biológicos? Há filhos de casamentos diferentes?

  • Alguém tem necessidades especiais?

  • Há risco de conflitos?

3. Estude o Regime de Casamento

  • Comunhão universal, parcial, separação total — cada regime impacta a divisão dos bens

4. Consulte um Advogado Especializado em Direito Sucessório

  • Isso evita erros graves e garante que o plano seja juridicamente sólido

  • Em casos mais simples, cartórios podem orientar sobre testamento e doações

5. Escolha as Ferramentas Mais Adequadas

  • Combine testamento com doações, previdência privada e holding, se necessário

6. Comunique-se com a Família

  • A transparência evita disputas e ajuda os herdeiros a entenderem suas decisões


Exemplos de Aplicação Prática

Exemplo 1: Pai de família com 2 filhos e 1 imóvel

  • Doa o imóvel com usufruto vitalício

  • Faz um testamento para garantir divisão justa

  • Contrata seguro de vida para cobrir ITCMD

Exemplo 2: Empresária com patrimônio alto e filhos de casamentos diferentes

  • Cria uma holding familiar para bens e empresa

  • Define regras no contrato social para sucessão na gestão

  • Usa testamento e previdência privada para equilíbrio entre herdeiros


Custo e Tributação na Sucessão Patrimonial

ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis)

  • Alíquota varia por estado (entre 2% e 8% sobre os bens herdados)

  • Em São Paulo, por exemplo, é de até 4%

  • Planejamento permite mitigar ou antecipar esse custo

Inventário

  • Judicial: obrigatório se houver testamento ou menores envolvidos

    • Pode durar anos e custar 10% a 20% do patrimônio

  • Extrajudicial: feito em cartório, mais rápido e barato (possível se todos os herdeiros forem maiores e estiverem de acordo)


Resumo: O Que Você Precisa Fazer Agora

  1. Reconheça a importância do planejamento sucessório

  2. Organize seu patrimônio e identifique os herdeiros

  3. Considere ferramentas como testamento, doação, previdência e holding

  4. Busque ajuda profissional especializada

  5. Comunique sua família. A transparência é essencial


Conclusão: Sucessão Patrimonial é um Ato de Amor e Responsabilidade

Planejar sua sucessão não é pensar na morte, mas garantir proteção, justiça e tranquilidade para quem você ama. Evita brigas, protege o patrimônio e facilita a vida dos seus herdeiros em um momento de dor.

Quanto antes você começa, mais controle tem sobre o seu legado. E não importa se você tem R$ 50 mil ou R$ 5 milhões em bens — todo mundo pode (e deve) se planejar.

“O melhor dia para começar foi ontem. O segundo melhor dia é hoje.”Comece agora. Seu futuro — e o da sua família — agradece.


Precisa de um especialista para te ajudar na sua sucessão patrimonial? Entre em contato abaixo com um Consultor de Investimentos.


 
 

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